O Ministério Público de Goiás (MPGO), por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, cumpre nesta quinta-feira (18/12) mandado de medida na Delegacia de Investigações de Homicídios (DIH) da capital como desdobramento da Operação Regra Três, deflagrada em 21/8/2025, com a apreensão de um aparelho de telefonia celular em posse do delegado.
A ação visou realizar busca e apreensão no recinto carcerário em que se encontra preso preventivamente um Delegado de Polícia Civil, apontado como líder da organização criminosa desarticulada na primeira fase da operação, bem como efetivar a sua imediata transferência para uma unidade prisional vinculada à Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP).
A nova medida cautelar foi deferida pela 1ª Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e de Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores de Goiânia (GO) após investigações apontarem que o custodiado, mesmo preso em unidade da Polícia Civil, estaria, em contatos externos, exercendo atividades irregulares mediante uso de aparelho celular dentro do cárcere, a exemplo de cobranças incisivas a ex-alunos do instituto de ensino de sua propriedade.
As investigações apontaram que, ainda em agosto, logo após a prisão, foi encontrado aparelho celular no local de detenção, embora a ocorrência não tenha sido oficialmente comunicada às autoridades ligadas à ordem prisional e à investigação correlata.
Além disso, notícias veiculadas acerca de episódios mais recentes de utilização de aparelho celular por parte do custodiado foram ratificadas por elementos colhidos pelo Gaeco em depoimentos e coleta de dados, indicando que ele permanecia com acesso ao aparelho celular. O equipamento foi usado para o envio de mensagens de áudio e texto de dentro da cela, chegando a utilizar nome falso para contatar ex-aluna, em desconformidade com as medidas judiciais impostas.
Diante da gravidade dos fatos, foi pedida pelo Gaeco e deferida pela Justiça a apreensão de quaisquer dispositivos eletrônicos em posse do acusado e sua transferência para o sistema prisional da DGAP, visando garantir a cessação da comunicação externa, acautelar a ordem pública e assegurar a regular instrução processual.
Durante as buscas de hoje, foi encontrado um celular com o delegado de polícia preso. A investigação sobre o caso prossegue no Gaeco.
Relembre a Operação Regra Três
O delegado de polícia responde, juntamente com outros investigados, pelos crimes de organização criminosa, peculato, contratação direta ilegal e lavagem de capitais, relacionados a desvios de recursos públicos destinados a reformas escolares e outros contratos estaduais. (Texto: Gaeco – Edição: Ascom – MPGO)